terça-feira, 2 de abril de 2013

Não sei se você sabe...


Não sei se você sabe, mas é mais que amor. É um sentir desordenado que me toma inteira e coloca minha alma em suas mãos. É como desejar o indesejável. Sussurrar em meio aos gritos de uma multidão e, mesmo assim, esperar ser ouvida. Sabe quando você sente que perdeu o controle e ainda se acha dona da situação? Não? Mas é isso! É como se eu pudesse pular da mais alta torre e me sentir voando sem asas, só no sentir que guardo aqui. É tudo teu e me sinto toda minha. Me dou inteira e nem percebo há quanto deixei de me pertencer para ser possuída por você. Possuída por esse amor violento, sanguinário e tão doce e suave que me faz perder o ar e respirar profundo. Me sinto embarcando em canoa furada. Ameaçada por centenas de facas pontiagudas. Observada de todos os lados. É como se eu não tivesse mais domínio de meus sentidos e todos os meus sentidos me dominassem. Uma urgência sem fim. Uma vez li que os melhores amores são cultivados aos poucos. Balela... Prefiro acreditar no poeta que diz que ‘amor é fogo que arde sem se ver’... Porque me sinto queimar cada vez que te vejo. Meus poros se dilatam com seu cheiro. Meu sangue corre quente com seu toque. Meu corpo sua ao te ouvir. E é incrível a paz que essa falta de paz me proporciona. Como se te amar fosse o primeiro e o último suspiro. O começo e o fim de tudo. A vida que se inicia e que poderia terminar nesse instante por já se haverem cumprido todos os desejos. Cadência desatinada. Dançarina sem compasso. Harmonia sem ritmo. E quantas vezes isso tudo me passou e voltou ao nada. Quantas vezes senti ânsias de gritar e segurei o som. Quantas vezes senti vontade de chorar e engoli as lágrimas. Mas aprendi que princesa que se preze não engole sapos. Ela sabe que eles nem sempre viram príncipes e que o ladrão pode ser o final mais interessante para sua história. Há muito deixei de ser Cinderela e joguei os sapatos pela janela para correr descalça com você. Assim que é bom de viver. Assim que nasci para ser. Tua e minha. Minha e tua. Porque não sei se você sabe, moço. Mas isso é muito mais que amor.

Danielle Sgorlon

sábado, 16 de março de 2013

O que sinto é urgência...

Preciso me alimentar de você. 
Sim... Me alimentar de você.
Comer sua alma. Beber sua vida. Sugar seus desejos para dentro de mim, até me fartar.
Preciso sentir o gosto de seus segredos misturados aos seus sentimentos mais insanos...
Te devorar. Engolir. Mastigar cada pedaço como carne mal passada... Com gosto, requinte e prazer.
Preciso saborear o instante em que você me amou pela primeira vez.
Preciso degustar o momento glorioso em que sua perversão se apossou da minha.
Preciso sentir sua paixão entre meus dentes e seu tesão a escorrer por minha garganta...
Quero te comer. Te comer. Mesmo. Te colocar todo dentro de mim. Meu corpo devorando o teu. Meus dentes cravados em seus mistérios. Minha língua anestesiada pela doçura ácida de sua pele.
Meus olhos procurando o próximo ponto a ser devorado...
Quero sentir teu cheiro enquanto te como.
Quero ouvir seus gritos enquanto sacio minha fome de você.
Preciso me alimentar de você. E, talvez assim, eu consiga ter de volta um pedacinho de mim. Um pequeno pedaço de minha alma que você engoliu inteira quando me amou.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Vem cá, moço...

Fogueira das vaidades
Vendaval de descontroladas sensações
Porque o amor, moço, é ladeira sem freio
E se perder nos desejos pode ser, mesmo, se encontrar na vida
Não espere a vida passar, os dias correrem e o corpo cansar para perceber
o quanto os instantes são preciosos e, facilmente perdidos na ilusão de uma dor
Porque orgulhoso mesmo é aquele que pode olhar para trás e sorrir e, mais que isso,
olhar para frente e sonhar
Porque o amor, moço, afaga enquanto espreme, corta enquanto cura, rasga enquanto
costura
Amor é via de mão dupla... Muitas vezes, se dar é receber...
Se importar é merecer...
Ceder é apertar os laços...
Então vem cá, moço... E me envolve em seu abraço...
Porque se o amor já é assim, tão difícil quando juntos,
imagina separados...
Sem seu braço a me enlaçar...
Sem seu corpo a me caçar...
Ah, moço... Desce a ladeira sem freios comigo, vai...

Danielle Sgorlon